Mato Grosso do Sul colheu 14,06 milhões de toneladas de soja na safra 2024/2025, registrando um crescimento de 13,8% em relação ao ciclo anterior, quando foram produzidas 12,35 milhões de toneladas. O volume, embora abaixo da expectativa inicial de 14,6 milhões, representa a segunda maior colheita da história do Estado, ficando atrás apenas da safra recorde de 2023, que atingiu 15 milhões de toneladas.

O desempenho da atual safra foi afetado pela falta de chuvas entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. Esse período de estiagem comprometeu cerca de 2,33 milhões de hectares, o equivalente a 52% da área plantada — com impacto direto sobre a produtividade de várias regiões, especialmente nas áreas centrais e sul do Estado, como Dourados e Sidrolândia.

Ainda assim, a produtividade média no Estado foi de 51,79 sacas por hectare, superando as 48,8 sacas registradas na safra ada. Os melhores índices foram registrados no norte do Estado: Costa Rica alcançou 78,36 sacas por hectare e Chapadão do Sul, 77,03 sacas, demonstrando o potencial produtivo das regiões menos afetadas pela seca.

O município de Maracaju manteve a liderança estadual na produção, com 1,526 milhão de toneladas de soja colhidas — aproximadamente 10% do total estadual. Ponta Porã também se destacou, com uma produção de 1,038 milhão de toneladas.

No aspecto econômico, o cenário é de cautela. A queda de 3,3% no preço da soja em relação ao ano anterior, somada à projeção de retração entre 2% e 3% para os próximos meses no mercado futuro, tem preocupado os produtores. Por outro lado, a comercialização da safra tem avançado, com 58% do volume já vendido até o momento.

Apesar dos desafios climáticos e das pressões do mercado, a safra 2024/2025 reforça a resiliência da agricultura sul-mato-grossense, consolidando o Estado como um dos principais polos de produção de soja do país.